sábado, 26 de julho de 2008

Sexta proposta de redação

Tema (desdobrado em três questões):

 Por que os alunos vão mal na redação?
 O estudante brasileiro tem dificuldade em escrever?
 Como melhorar esse aspecto da formação?


O poeta (Mário Quintana) vive brigando com as palavras para dizerem o que ele quer que digam. “Sempre tive dificuldade de escrever, acho que estilo é a dificuldade de expressão de cada um e, para se dar a impressão de que se fez uma coisa pela primeira vez, é preciso reescrever muito.” (Luis Fernando) Verissimo encara a criação do mesmo modo. “Tenho dificuldade de escrever” - repete - “para mim não é uma coisa natural. Levo horas para chegar a um piada. Gosto mais de desenhar e, quanto mais a gente escreve, mais difícil fica.”

Quintana e Verissimo, um encontro feito de humor e poesia, De Cleusa Maria. Jornal do Brasil, 4/5/84

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“Eu arriscaria dizer que, quanto mais se valorizar a redação, tanto melhor será o ensino.”

Reginaldo Pinto de Carvalho, coordenador de correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Professor de Língua Portuguesa, dirige o Centro de Línguas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. É também membro da diretoria da Associação de Professores de Língua e Literatura (APLL). Tem obras publicadas sobre o ensino de Língua Portuguesa e é pesquisador na área de Estilística.

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A Fuvest, maior e mais importante vestibular do país, repreendeu ontem escolas e cursos pré-vestibulares por ensinar seus alunos a produzir redações padronizadas, repleta de clichês e de citações generalistas. A instituição alerta que até os textos rebuscados recebem nota zero se fugirem do tema proposto."Os professores estão ensinando fórmulas que prendem o candidato, o que chamamos aqui de texto camisa-de-força", alertou Maria Thereza Fraga Rocco, diretora-executiva da Fuvest, fundação que elabora o vestibular da USP (Universidade de São Paulo), da Santa Casa e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

Essas redações, afirma, geralmente empregam citações de grandes nomes da literatura ou de pensadores. "É bastante comum os estudantes utilizarem no início dos parágrafos frases como: Segundo [Sigmound] Freud, ...; De acordo com [François Marie Arouet] Voltaire,...; para mostrar erudição. Mas isso não tem valor algum se o candidato fugir da proposta da redação."

Maria Thereza ressalta que as referências não são proibidas, mas devem ser usadas com cautela e no momento oportuno.

Direção da Fuvest critica escolas e cursinhos por redações-clichê por Alexandre Nobeschi em Folha de S. Paulo, 19/04/2005

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Orientações gerais

Como produzir um bom texto

- Leia atentamente as orientações da prova
- Defenda seu ponto de vista com consistência e criatividade. Evite clichês e idéias de senso comum
- Seja claro e crítico
- Cada parágrafo deve expressar uma idéia completa e dar progressão ao texto
- Evite repetições e textos com frases soltas e desconexas. Use conjunções para interligar orações
- Procure vocabulário adequado ao tipo de texto que está produzindo. O uso de gírias, por exemplo, não é condenado, desde que tenha relação com a idéia central do texto e não mostre pobreza de vocabulário