Texto do Prof. Hélio Consolaro, publicado em
O tema proposto pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sempre traz uma situação como tema, geralmente de caráter social, para que o estudante faça uma análise.
A banca apresenta textos de apoio, gráficos e (ou) figuras para que o estudante tenha subsídios para analisar o problema apresentado.
Nesse modelo, sempre proponho a meus alunos do ensino médio que façam uma dissertação de quatro parágrafos, quantidade ideal para atingir as 25 linhas propostas.
O aluno deve verbalizar no primeiro parágrafo o problema apresentado como tema, com suas próprias palavras. Nele, não se dá opinião, pois não se trata de dissertação argumentativa. A posição ideológica do aluno (não se omita) vai aparecer nos apontamentos da causa e da conseqüência, e principalmente na conclusão.
No segundo parágrafo, o estudante indica uma causa do problema, o porquê daquilo acontecer; no terceiro, uma conseqüência, em razão dele, ocorre tal coisa.
E na conclusão, como sempre, a banca examinadora pede para que o estudante apresente a solução para o problema.
Exemplo bem resumido:
Introdução: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez no Brasil.
Tópico frasal do 2.º parágrafo (causa): Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.
Tópico frasal do 3.º parágrafo (conseqüência): Tornam-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.
Conclusão (solução): Fazem-se necessárias políticas públicas fortes de prevenção, com atividades culturais e esportivas para a juventude, ocupando-lhe o tempo, formando o caráter dos adolescentes.
Introdução e conclusão devem ser curtas, pois na primeira apresenta-se o problema; na segunda, a solução, sem delongas. A maior parte das linhas deve ser usada nos parágrafos da causa e da conseqüência.