[Cena de "O cantor de Jazz" (1927), com Al Johnson, considerado o primeiro filme com uma seqüência falada na História do Cinema]
O cinema falado
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão
Prende mais que um xadrez.
Lá no morro, se eu fizer uma falseta,
A Risoleta
Desiste logo do francês e do inglês.
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou.
Mais tarde o malandro deixou de sambar
Dando pinote
E só querendo dançar o fox-trot!
Essa gente hoje em dia
Que tem a mania
Da exibição
Não se lembra que o samba
Não tem tradução
No idioma francês.
Tudo aquilo que o malandro pronuncia,
Com voz macia,
É brasileiro, já passou de português.
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão
Prende mais que um xadrez.
Lá no morro, se eu fizer uma falseta,
A Risoleta
Desiste logo do francês e do inglês.
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou.
Mais tarde o malandro deixou de sambar
Dando pinote
E só querendo dançar o fox-trot!
Essa gente hoje em dia
Que tem a mania
Da exibição
Não se lembra que o samba
Não tem tradução
No idioma francês.
Tudo aquilo que o malandro pronuncia,
Com voz macia,
É brasileiro, já passou de português.
Amor lá no morro, é amor para chuchu
As rimas do samba não são “I love you”
E esse negócio de “alô", "alô, boy”,
“Alô, Johnny”
Só pode ser conversa de telefone.
As rimas do samba não são “I love you”
E esse negócio de “alô", "alô, boy”,
“Alô, Johnny”
Só pode ser conversa de telefone.
Nota explicativa: Ao contrário do citado em aula, a autoria da canção é apenas de Noel Rosa - letra e música. Em "Noel pela Primeira Vez", magnífico trabalho de pesquisa de Omar Jubran, está o esclarecimento. "Por contrato com a gravadora Odeon, erroneamente consta do selo no disco original os nomes de Francisco Alves e Ismael Silva como co-autores. A gravação apresentada em aula é justamente do cantor Francisco Alves, acompanhado pela Orquestra Copacabana em agosto de 1933 - primeiro registro da música.