quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Aluísio Azevedo (1857-1913)


Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu a 14 de abril de 1857 em São Luís, capital do Maranhão. Após cursar as primeiras letras no "Liceu Maranhense", foi para o Rio de Janeiro estudar arte na Academia Belas Artes.


Após conhecer o cotidiano e a vida política carioca, passou a trabalhar como chargista em alguns jornais da cidade. Por causa da morte do seu pai em 1878, Aluísio Azevedo retornou a São Luís para tomar conta da família.


Nesse período, atraído pelo jornalismo, passou a escrever em alguns jornais locais, publicou o romance Romântico "Uma Lágrima de Mulher" e colaborou muito na fundação do jornal "O Pensador", que criticava o clero e a sociedade maranhense.

Em 1881 chocou a sociedade local com o lançamento de "O mulato", primeiro romance Naturalista da literatura brasileira. Essa obra, que abordava a questão do preconceito racial, foi muito mal recebida pela sociedade maranhense e Aluísio Azevedo, que já não era visto com bons olhos, tornou-se o "Satanás da cidade". Para se ter uma idéia da indignação causada pela obra, pode-se citar o fato de o redator do jornal "A civilização" ter aconselhado Aluíso a "pegar na enchada, em vez de ficar escrevendo". O clima na cidade ficou tão ruim para o autor que ele decidiu retornar ao Rio de Janeiro.


Nesse lugar, Aluísio tentou sobreviver exclusivamente de seus escritos, porém, como a vida de escritor não lhe deu a estabilidade desejada, abandonou a literatura e ingressou na carreira diplomática. Em 1895 foi nomeado vice-consul e, nessa função, viajou por vários países do mundo. Em 21 de janeiro de 1913 faleceu na cidade de Buenos Aires, Argentina.


Na tentativa de ganhar dinheiro como escritor, Aluísio era obrigado a fazer muitas concessões e a estar sempre publicando alguma coisa. Por isso, pode-se explicar porque sua obra apresenta muitas alternâncias entre romances Românticos, chamadas, pelo próprio autor de "comerciais" e romances Naturalistas, denominados de "artísticos". À essa necessidade de escrever também é atribuído o desnível de qualidade de seus romances.


O Aluísio Romântico, publicou os romances "Uma lágrima de mulher" (1879); "Memórias de um condenado" (ou A condessa Vésper) (1882); "Mistério da Tijuca" (ou Girândola de amores) (1882); "Filomena Borges" (1884); "A mortalha de Alzira" (1894). etc. Essas obras são consideradas como de consumo e, por isso, possuem pouco valor literário. Já o Aluísio Naturalista preocupou-se em interpretar a realidade de uma camada social marginalizada, em franco processo de degradação. Além disso, defendeu os ideais Republicanos e criticou clero e a burguesia. Os romances Naturalistas publicados pelo autor foram o seguintes: "O mulato" (1881); "Casa de pensão" (1884); "O homem" (1887); "O cortiço" (1890); e, "O coruja" (1890).


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