segunda-feira, 28 de abril de 2008

Primeira proposta de redação

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Quem merece o título de país do futuro?

No início da década de 70, a economia brasileira crescia anualmente a taxas superiores a 10%, e o Brasil estava destinado a ser o país do futuro como previa o general Médici, presidente da época.

Mas as duas décadas perdidas, que vieram após o período conhecido como "milagre econômico", fizeram com que a expressão, que um dia deu orgulho aos brasileiros, passasse a ser usada com ironia dentro e fora do Brasil, que passou a ser chamado de eterno país do futuro.

Ao mesmo tempo em que o Brasil vivia duas décadas de crescimento medíocre, a China de Deng Xiaoping se abria para o mundo e começava pouco a pouco a pular degraus no ranking dos países mais ricos: hoje já é a sexta maior economia do mundo e cresce anualmente a taxas superiores a 7%.

Será que o Brasil, que caiu recentemente da oitava para a décima posição no ranking das economias mundiais, consegue reagir e superar a China? Por que a China avança enquanto o Brasil pouco evolui? Será que o Brasil de Lula vai reverter esse quadro?

BBC Brasil, 06 de janeiro, 2003

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À sombra do passado
Os 125 anos de nascimento de Stefan Zweig fazem um bom momento para relembrar os 65 anos de Brasil, país do futuro

Brasil, país do futuro: o título do livro escrito há 65 anos por Stefan Zweig (1881-1942) transformou-se, no imaginário nacional, quase como se fosse uma maldição que, após ser conjurada pelo pobre escritor austríaco, nos tivesse deixado presos num limbo de eterno “vir a ser”, sem nunca chegar lá.

Revista Pesquisa Fapesp - Edição Impressa 126 - Agosto 2006

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Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade

***

Com base nas idéias presentes nos textos acima, redija uma dissertação sobre o tema:

Brasil, país do futuro, os pilares para o desenvolvimento econômico, social e humano.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:

• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas.

sábado, 19 de abril de 2008

Exercícios de introdução (II)

Faça introduções de um parágrafo, explicitando o tema e o seu ponto de vista, para as seguintes propostas:

1) A China em conflito, palco dos Jogos Olímpicos 2008
2) Música brasileira - artigo para exportação
3) Os desafios da exclusão digital no Brasil

Não deixe de enviar a redação da semana pelo e-mail redacao.enem@gmail.com, com cópia para enem@mandic.com.br. Ela será encaminhada para uma corretora especializada, avaliada segundo os critérios do ENEM e devolvida para você com comentários que o ajudarão a se preparar para a prova.

As orientações completas estão no link abaixo.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Texto I - Dicionário

A cada uma das palavras listadas em um dicionário ou enciclopédia chamamos de verbete.

Uma mesma palavra pode ter vários sentidos, que também podem ser chamados de significados, definições ou acepções. A este fenômeno dá-se o nome de polissemia. Para ficar bem claro. O que é polissemia? Do grego, poli = vários e semia = significado. Portanto, polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Pode parecer simples, mas esta noção é fundamental para a boa interpretação de textos.

Ao procurar entender um termo específico em um texto, buscamos, através do contexto, descobrir o sentido em que essa palavra está empregada. O termo contexto tem muitas definições, algumas, inclusive que originaram importantes estudos teóricos em vários campos do conhecimento, mas, em linhas gerais, podemos considerar que contexto é a relação entre o texto (ou uma palavra, ou um evento, ou um fenômeno etc.) e a situação em que ele ocorre. Podemos expandir a idéia de situação para cenário ou aquilo que está em volta ou por trás ou ainda que ocorre simultaneamente e tem relação direta com o elemento que estamos analisando.

Uma boa maneira de ampliar o vocabulário é consultar o dicionário toda vez que se deparar com uma palavra desconhecida. Quanto mais vocábulos soubermos, melhores leitores nos tornaremos e melhor dominaremos a língua.

Tomemos um exemplo.

Violência

Acepções
■ substantivo feminino
1 qualidade do que é violento
Ex.: a v. da guerra
2 ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força
Ex.:
3 exercício injusto ou discricionário, ger. ilegal, de força ou de poder
Ex.: v. de um golpe de Estado
3.1 cerceamento da justiça e do direito; coação, opressão, tirania
Ex.: viver num regime de v.
4 força súbita que se faz sentir com intensidade; fúria, veemência
Ex.:
5 dano causado por uma distorção ou alteração não autorizada
Ex.: v. da censura pouco esclarecida
6 o gênio irascível de quem se encoleriza facilmente, e o demonstra com palavras e/ou ações
Ex.: temia a v. com que o avô recebia tais notícias
7 Rubrica: termo jurídico.
constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação

Etimologia(*)
lat. violentìa,ae 'violência, impetuosidade (do vento), ardor (do sol); arrebatamento, caráter violento; ferocidade, sanha; rigor, severidade', der. de violéntus,a,um 'impetuoso, furioso, arrebatado'; ver 1viol-; f.hist. sXV violemçia, sXV vyolencia

Sinônimos(**)
ver sinonímia de fúria

Antônimos(***)
brandura, doçura; ver tb. antonímia de fúria

Fonte: Dicionário Houaiss da língua portuguesa

(*) Etimologia é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem.

(**) Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.

(***) Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário (também oposto ou inverso) à outra. Exemplos: quente e frio, bem e mal, bom e mau.

Dicionários de Português na Internet

O Houaiss é, na minha opinião, o melhor dicionário da Língua, tendo superado o Caldas Aulete, edição portuguesa, em cinco volumes. Suas definições passeiam pelo significado das palavras, respeitando a amplitude dos vocábulos, sem serem tão taxativas, como no Aurélio. Na web, o Houaiss está disponível para os assinantes do provedor UOL (acesso pago).

A Wikipédia diz sobre ele:

"O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, por Antônio Houaiss (1915 – 1999), filho de imigrantes libaneses e antigo Ministro da Cultura do Brasil, foi criado com o apoio de quase duas centenas de lexicografos de vários países e é o dicionário de língua portuguesa mais completo (cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas). Inclui todas as variações da língua portuguesa: africanismos, asiacismos, brasileirismos e lusismos. Dedicando a sua vida à língua, Houaiss começou o seu trabalho em 1986, e morreu um ano antes do dicionário ser acabado pelos seus colegas, no ano 2000, sem ver o seu sonho tornar-se realidade. O dicionário está rapidamente a tornar-se uma referência na língua, sendo até classificado por alguns como um 'monumento à língua'."

http://www.uol.com.br/houaiss

Um dos melhores dicionários da Língua Portuguesa, o Caldas Aulete, editado no Brasil até os anos 80, volta em versão on-line, gratuita e colaborativa (wiki). O projeto desenvolvido pela Lexikon é ambicioso. Quer ser “uma obra aberta, viva, mudando e crescendo junto com a língua, e com isso tornar-se o maior banco de dados do idioma”.

Em http://www.auletedigital.com.br/

É necessário instalar um executável.

Outra opção, incompleta mas gratuita, é o Priberam. Apesar do número de palavras ser pequeno, comparando com o Houaiss, há recursos incríveis. O mais interessante e útil deles é a conjugação de verbos. Basta digitar o verbo no infinitivo - amar, por exemplo -, e logo aparece um link com a opção "conjugar". Após o clique, o site exibe as flexões em todos os tempos, para todas as pessoas. A página web conta também com um corretor ortográfico, com opção para o Português do Brasil ou para o, de Portugal. Não recomendo a utilização desse recurso para os alunos que estão se preparando para exames. Correções automáticas nos acostumam mal. É importante conhecer as próprias deficiências em ortografia e, na hora da prova, vai ter de saber escrever corretamente. Portanto, o que vale é a boa e velha memória. O banner do corretor ortográfico é muito criativo. Exibe a frase "Herrar é umano", para logo depois corrigí-la para "Errar é humano". O Priberam apresenta ainda uma pequena gramática disponível para consulta.



O mais famoso dos dicionários da Língua Portuguesa, o Aurélio Buarque de Hollanda, continua na web, com uma versão muito bem resolvida, infelizmente disponível apenas para assinantes pagos dos produtos iG, iBest e BrTurbo. Gosto muito de uma máxima deste dicionarista que diz: "definir uma palavra é capturar uma borboleta no ar".

Texto II - Enciclopédia

Uma enciclopédia (do grego antigo εγκυκλοπαιδεία, πγκυκλο ["geral"] + παιδεία ["conhecimento"]) é um vasto conjunto de todos os conhecimentos humanos; obra que trata de todas as ciências e artes em geral. Pode ser considerada uma espécie de livro de referência para praticamente qualquer assunto do domínio humano.

Enciclopédias podem ser genéricas, contendo artigos sobre os mais variados temas (como a Encyclopaedia Britannica), ou podem ser especializadas em um determinado assunto (como uma enciclopédia médica ou matemática).

O termo enciclopédia só começou a ser usado no século XVI, embora trabalhos de formato enciclopédico já fossem conhecidos em épocas anteriores.

Fonte: Wikipedia, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Enciclop%C3%A9dia

Vejamos como aparece descrito o verbete “violência” na mesma enciclopédia on-line:

Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.

Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento cotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.

Existe violência explícita quando há ruptura de normas ou moral sociais estabelecidas a esse respeito: não é um conceito absoluto, variando entre sociedades.

Fonte: Wikipedia – http://pt.wikipedia.org

Texto III - Notícia

Segundo o Manual de Redação do jornal O Globo, notícia é o registro dos fatos, de informações de interesse jornalístico, sem comentários. Fatores objetivos determinam a publicação de uma notícia: o caráter inédito; o impacto que exerce sobre as pessoas e sobre sua vida; a curiosidade que desperta; a imprevisibilidade e improbabilidade do fato. A notícia tem caráter mais informativo do que opinativo. Sua linguagem é objetiva.

Veja um exemplo.

Expansão urbana caótica estimula crime nas grandes cidades

NAIRÓBI (AFP) — Os números de crimes estão aumentando nas cidades de todo o mundo e agora afetam mais da metade dos moradores das zonas urbanas dos países em desenvolvimento, afirmou nesta segunda-feira a agência da ONU para assentamentos humanos, a UN-habitat, destacando ainda que Rio de Janeiro e São Paulo são responsáveis por mais da metade da violência do Brasil.

As taxas dos crimes globais aumentaram cerca de 30% entre 1980 e 2000, o que equivale a 3.000 crimes a mais por cada grupo de 100.000 pessoas, alertou o relatório desta agência da ONU sediada em Nairóbi.

Nos últimos cinco anos, 60% das cidades de países em desenvolvimento foram vítimas de crime, segundo dados deste documento que atribuía a tendência de aumento da violência principalmente à rápida e caótica urbanização.

"A violência urbana e o crime estão aumentando mundialmente, dando impulso a um medo generalizado e tirando investimentos de muitas cidades", lamentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, citado no estudo.

"Isto é especialmente verdade na África, América Latina e no Caribe".

Na América Latina, onde 80% da população é urbana, a expansão rápida de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cidade do México e Caracas são responsáveis de mais da metade da violência em seus respectivos países.

O relatório, intitulado "Enhancing Urban Safety and Security: Global Report on Human Settlements 2007" afirma que mais da metade da população mundial agora vive em cidades, alem de apontar para um declínio na violência urbana na América do Norte e no Leste Europeu.

No entanto, mais da metade das cidades tanto de países ricos ou pobres têm medo de crimes "o tempo todo" ou "muito freqüentemente", relatou o documento, citando a opinião de entrevistados.

Pessoas pobres que vivem em favelas são mais afetadas pelo aumento da criminalidade, assim como os quase 100 milhões de crianças de rua nas cidades do mundo.

"A insegurança afeta os pobres mais intensamente", afirmou Anna Tibaijuka, diretora da UN-Habitat. "Isto desfaz laços socioculturais e impede a mobilidade social".

O relatório, divulgado exatamente no Dia Mundial da Habitação, em 1° de outubro, pede um plano urbano efetivo e um governo eficaz como medidas chave para a prevenção de crimes.
Fonte: AFP.

O texto jornalístico

Um bom texto jornalístico depende, antes de mais nada, de clareza de raciocínio e domínio do idioma. Não há criatividade que possa substituir esses dois requisitos.

Deve ser um texto claro e direto. Deve desenvolver-se por meio de encadeamentos lógicos. Deve ser exato e conciso. Deve estar redigido em nível intermediário, ou seja, utilizar-se das formas mais simples admitidas pela norma culta da língua. Convém que os parágrafos e frases sejam curtos e que cada frase contenha uma só idéia. Verbos e substantivos fortalecem o texto jornalístico, mas adjetivos e advérbios, sobretudo se usados com freqüência, tendem a piorá-lo.

O tom dos textos noticiosos deve ser sóbrio e descritivo. Mesmo em situações dramáticas ou cômicas, é essa a melhor maneira de transmitir o fato da emoção. Deve evitar fórmulas desgastadas pelo uso e cultivar a riqueza dos vocábulos acessíveis à média dos leitores.

O autor pode e deve interpretar os fatos, estabelecer analogias e apontar contradições, desde que sustente sua interpretação no próprio texto. Deve abster-se de opinar, exceto em artigo ou crítica.

Fonte: Novo Manual da Redação da Folha de São Paulo, em http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_introducao.htm

Redação - Objetividade x Subjetividade

Ao expor um problema, ao discutir um assunto, você pode agir de duas maneiras: objetiva ou subjetivamente.

Objetivamente: se a exposição do assunto se apresentar impessoal, marcada pela presença do raciocínio e da lógica universal – quando o assunto for abordado e discutido de maneira genérica, com idéias e posicionamentos que possam ser aceitos por todos, ou por uma maioria.

Essa redação tem por finalidade básica instruir e/ou convencer o leitor. As idéias e o modo de se analisar e enfocar os problemas são pessoais, mas a colocação disso tudo dentro da redação deve se feita de modo impessoal: verbo na 3ª pessoa ou na 1ª do plural – afinal, “nós” não sou eu, mas somos todos.

Subjetivamente: caso predominem, na exposição das idéias, suas próprias opiniões, sua maneira pessoal, particular de ver e encarar as coisas. Essa modalidade depende, essencialmente, do tema dado, o que estar próximo da subjetividade. De um modo geral, ela deve ser evitada por aproximar-se demasiadamente da narração, através dos seus subtipos, como a crônica, por exemplo.

Na redação subjetiva, procura-se antes de tudo, angariar a simpatia do leitor com a redação ao exposto. Daí que, para fazê-lo baseamo-nos essencialmente em nossas opiniões; no nosso modo particular de ver as coisas; no nosso pensar em relação aos fatos; deixando transparecer, muitas vezes, um tom confessional, pontilhado de emoção e sentimentalismos: verbo na 1ª pessoa do singular – EU.

O ideal seria que se unissem num só os dois modelos, escrevendo, num tom impessoal, idéias efervescentes de características emotivas que pudessem tocar o leitor, derrubando-o do seu papel tirano de riscar, corrigir, apontar defeitos, afinal ele é “gente como nós”.

Ensino Dinâmico de Pesquisa, Sorocaba – São Paulo: DCL, Difusão Cultural do Livro, 1999, p.59 e 60.

Texto IV - Crônica

Gênero considerado tipicamente brasileiro, sob vários aspectos, a crônica transita entre o jornalismo e a literatura e aposta na subjetividade para relatar, de maneira informal, os fatos do dia-a-dia. Os cronistas têm a liberdade total do texto subjetivo. O cronista nos empresta suas lentes para ver o mundo e nos faz enxergar o que bem entende, em seu universo interior.

Apesar de ser considerada, por muitas décadas, como gênero menor, muitos autores importantes se dedicaram a ela. Carlos Drummond de Andrade foi um dos grandes cronistas do cotidiano do Rio de Janeiro. O mesmo pode-se dizer de Olavo Bilac, que, no início do XX, passou a produzir crônicas num jornal carioca, substituindo outro grande escritor, Machado de Assis. Rubem Braga é tido por muitos críticos como o grande mestre dessa peculiar modalidade de texto curto.

Leia, a seguir, a primeira crônica escrita contra o Golpe Militar de 1º de abril de 1964.

Da Salvação da Pátria

Posto em sossego por uma cirurgia e suas complicações, eis que o sossego subitamente se transforma em desassossego: minha filha surge esbaforida dizendo que há revolução na rua.

Apesar da ordem médica, decido interromper o sossego e assuntar: ali no Posto Seis, segundo me afirmaram, há briga e morte. Confiando estupidamente no patriotismo e nos sadios princípios que norteiam as nossas gloriosas Forças Armadas, lá vou eu, trôpego e atordoado, ver o povo e a história que ali, em minhas barbas, está sendo feita.

E vejo. Vejo um heróico general, à paisana, comandar alguns rapazes naquilo que mais tarde o repórter da TV-Rio chamou de “gloriosa barricada”. Os rapazes arrancam bancos e árvores. Impedem o cruzamento da avenida Atlântica com a rua Joaquim Nabuco. Mas o general destina-se à missão mais importante e gloriosa: apanha dois paralelepípedos e concentra-se na brava façanha de colocar um em cima do outro.

Estou impossibilitado de ajudar os gloriosos herdeiros de Caxias, mas vendo o general em tarefa aparentemente tão insignificante, chego-me a ele e, antes de oferecer meus préstimos, patrióticos, pergunto para que servem aqueles paralelepípedos tão sabiamente colocados um sobre o outro.

- General, para que é isto?

O intrépido soldado não se dignou olhar-me. Rosna, modestamente:

- Isso é para impedir os tanques do I Exército!

Apesar de oficial da Reserva – ou talvez por isso mesmo –, sempre nutri profunda e inarredável ignorância em assuntos militares. Acreditava, até então, que dificilmente se deteria todo um Exército com dois paralelepípedos ali na esquina da rua onde moro. Não digo nem pergunto mais nada. Retiro-me à minha estúpida ignorância.

Qual não é o meu pasmo quando, dali a pouco, em companhia do bardo Carlos Drummond de Andrade, que descera à rua para saber o que se passava, ouço pelo rádio que os dois paralelepípedos do general foram eficazes: o I Exército, em sabendo que havia tão sólida resistência, desistiu do vexame, aderiu aos que se chamavam de rebeldes.

Nessa altura, há confusão na avenida Nossa Senhora de Copacabana, pois ninguém sabe ao certo o que significa “aderir aos rebeldes”. A confusão é rápida. Não há rebeldes e todos, rebeldes ou não, aderem, que a natural tendência da humana espécie é aderir.
Os rapazes de Copacabana, belos espécimes de nossa sadia juventude, bem nutridos, bem fumados, bem motorizados, erguem o general em triunfo. Vejo o bravo cabo-de-guerra passar em glória sobre minha cabeça.

Olho o chão. Por acaso ou não, os dois paralelepípedos lá estão, intactos, invencidos, um em cima do outro. Vou lá perto, com a ponta do sapato tento derrubá-los. É coisa relativamente fácil.

Das janelas, cai papel picado. Senhoras pias exibem seus pios e alvacentos lençóis, em sinal de vitória. Um Cadillac conversível pára perto do “Six”* e surge uma bandeira nacional. Cantam o Hino também Nacional e declaram todos que a Pátria está salva.
Minha filha, ao meu lado, exige uma explicação para aquilo tudo.

- É carnaval, papai?
- Não.
- É campeonato do mundo?
- Também não.

Ela fica sem saber o que é. E eu também fico. Recolho-me ao sossego e sinto na boca um gosto azedo de covardia.

(2-4-1964)

* Uma pequena lanchonete no Posto Seis, onde depois se instalou um banco.

Carlos Heitor Cony, crônica publicada originalmente no Diário da Manhã, republicada em livro no mesmo ano e reeditada em “O ato e o Fato – o som e a fúria das crônicas contra o Golpe de 1964”, Editora Objetiva, 2004.


Literatura de jornal (o que é a crônica?)

Artur da Távola

A crônica é a expressão das contradições da vida e da pessoa do escritor ou jornalista, exposto que fica, com suas vísceras existenciais à mostra no açougue da vida, penduradas à espera do consumo de outros como ele, enrustidos, talvez, na manifestação dos sentimentos, idéias, verdades e pensamentos.

Já escrevi mais de cinco mil crônicas. E a uns estudantes que me pediram uma síntese sobre o gênero, respondi o seguinte:

É o samba da literatura. É ao mesmo tempo, a poesia, o ensaio, a crítica, o registro histórico, o factual, o apontamento, a filosofia, o flagrante, o miniconto, o retrato, o testemunho, a opinião, o depoimento, a análise, a interpretação, o humor. Tudo isso ela contém, a polivalente. Direta a simples como um samba. Profunda como a sinfonia.
É compacta, rápida, direta, aguda, penetrante, instantânea (dissolve-se com o uso diário), biodegradável, sumindo sem poluir ou denegrir, oxalá perfume, saudade e algum brilho de vida no sorriso ou na lágrima do leitor.

A literatura do jornal. O jornalismo da literatura. É a pausa de subjetividade, ao lado da objetividade da informação do restante do jornal. Um instante de reflexão, diante da opinião peremptória do editorial.

É tímida e perseverante. Não se engalana com os grandes edifícios da literatura, mas pode conter alguns de seus melhores momentos. Não se enfeita com os altos sistemas de pensamento, mas pode conter a filosofia do cotidiano e da vida que passa. Não se empavona com a erudição dos tratados, mas pode trazer agudeza de percepção dos bons ensaios.

Para ser boa, não deve ser mastigada. Deve dissolver-se na boca do leitor, deixando um sabor de vivência comum. Deve parecer que já estava escrita há muito tempo na sensibilidade de quem a lê e foi apenas lembrada ou ativada pelo escritor/jornalista que lhe deu forma.

Deve ser rápida como a percepção e demorada como a recordação. Verdadeira como um poente e esperançosa como a aurora. Irreverente como um carioca. Suave como pele de mulher amada e irritada como uma criança com fome.

Terna como a amamentação e insegura como toda primeira vez. Religiosa como a portadora do mistério e agnóstica como um livre pensador. A crônica nos obriga à síntese, à capacidade de condensar emoções em parágrafos-barragem. Faz-nos prosseguir, mesmo quando nos sentimos repetitivos. É, pois, a expressão jornalístico-literária da necessidade de não desistir de ser e sentir. A crônica é o samba da literatura.

Jornal O Dia, 27 de junho de 2001

Lourenço Diaféria traduz também imprime sua visão sobre o gênero:

"A crônica é a reinvenção da lua abstraída das violações científicas e espaciais, é a metafísica dos postes e das azaléias, é a lupa que permite confirmar com a palavra escrita, se o sabonete Palmolive continua a abrir os poros e manter a pele leve e acetinada. A crônica existe para dar credulidade aos jornais, saturados de notícias reais demais para serem levadas a sério. A crônica descobre as pessoas no meio da multidão de leitores. Ela revela ao distinto público que, atrás do botão eletrônico, existe um baixinho resfriado e de nariz pingando, que assoa e vocifera. A crônica serve para mostrar o outro lado de tudo - dos palanques, das torres, de eclipses, das enchentes, dos barracos, do poder e da majestade. Ela não consta no periódico por condescendência. A crônica é a lágrima, o sorriso, o aceno, a emoção, o berro, que não tem estrutura para se infiltrar como notícia, reportagem, editorial, comentário ou anúncio publicitário no jornal. E, contudo, é um pouco de tudo isso."

Diaféria, Lourenço. Depoimento - Escritor Brasileiro/81. Secretaria Municipal de Cultura, São Paulo, 1981.

Meu Ideal Seria Escrever...

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".

E quando todos me perguntassem – "mas de onde é que você tirou essa história?" – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

Rubem Braga
A crônica acima foi extraída do livro "A traição das elegantes", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1967, pág. 91.

sábado, 12 de abril de 2008

Simulado online (quiz)

É interessante que todos entrem no site do ENEM para responder perguntas do quiz que são perguntas dos anos anteriores do ENEM, além de muitas coisas legais.

Bjossss

Gabi, aluna de Porto Alegre

http://www.enem.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=91&Itemid=132

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Enem 2008: inscrições começam em maio

Mais informações em:
http://www.enem.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=95&Itemid=1

USP cria prova na rede pública como bônus para Fuvest

A USP (Universidade de São Paulo) vai realizar em setembro ou outubro uma prova no 3º ano do ensino médio de escolas públicas do Estado, que contará pontos na Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). A idéia é criar uma espécie de avaliação seriada, mas que não substituirá o vestibular.

O desempenho do aluno na prova vai representar um bônus de até 3% na nota do vestibular, índice que deve aumentar nos próximos anos quando serão incluídas provas para estudantes de 1º e 2º ano do ensino médio. A mudança no mais concorrido vestibular do país foi aprovada no fim de março e representa a segunda etapa de um programa de inclusão da USP, o Inclusp.

Além disso, candidatos oriundos de qualquer escola pública do Brasil receberão um acréscimo de até 6% em suas notas conforme seus resultados no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O exame, feito pelo MEC (Ministério da Educação), já dá pontos adicionais na Fuvest para todos os concorrentes, medida que não será alterada. Com os outros 3% que já são dados desde 2006, serão até 12% de bônus na Fuvest para alunos de escolas públicas a partir deste ano.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em dúvida sobre que curso escolher?

Veja Guia de Profissões em

http://educacao.uol.com.br/ensino-medio/profissoes.jhtm

Caixa tem 2 mil vagas de estágio para bolsistas do ProUni

A Caixa Econômica Federal tem duas mil vagas de estágio para universitários do ProUni (Programa Universidade para Todos). As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site do no Ciee (Centro de Integração Escola Empresa) ou no IEL.

Leia mais e acesse os links em:

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/04/08/ult2738u235.jhtm

sábado, 5 de abril de 2008

Língua (Caetano Veloso)

Clip com a canção em dueto com Elza Soares. A letra está mais em baixo.

Exercício - Introdução

Faça introduções de um parágrafo, explicitando o tema e o seu ponto de vista, para os seguintes temas:

1) O preconceito racial na realidade brasileira
2) Acesso ao ensino superior de qualidade para todos
3) A influência da telenovela na opinião pública

Não deixe de enviar a redação da semana pelo e-mail redacao.enem@gmail.com, com cópia para enem@mandic.com.br. Ela será encaminhada para uma corretora especializada, avaliada segundo os critérios do ENEM e devolvida para você com comentários que o ajudarão a se preparar para a prova.

As orientações completas estão no link abaixo.
http://enemnota100.blogspot.com/2007/05/quando-termino-uma-redao-para-onde-eu.html.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Minha pátria, minha língua

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.

Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas vezes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina ao colo delas. São frases sem sentido, decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a si mesmas. Assim as ideias, as imagens, trémulas de expressão, passam por mim em cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideia bruxuleia, malhado e confuso.

Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa selecta o passo célebre de Vieira sobre o rei Salomão. "Fabricou Salomão um palácio..." E fui lendo, até ao fim, trémulo, confuso: depois rompi em lágrimas, felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, correr de água porque há declive, aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais – tudo isso me toldou de instinto como uma grande emoção política. E, disse, chorei: hoje, relembrando, ainda choro. Não é – não – a saudade da infância de que não tenho saudades: é a saudade da emoção daquele momento, a mágoa de não poder já ler pela primeira vez aquela grande certeza sinfónica.

Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.

Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.

["Livro do Desassossego", por Bernardo Soares. Vol. I, Fernando Pessoa.]

Vocabulário

A partir do Dicionário Houaiss On-line

Bruxulear: brilhar intermitentemente; tremeluzir
Devaneio: produto da fantasia, da utopia; sonho, quimera
Esbatido: de tom ou colorido pálido
Gala:
1 Rubrica: vestuário.
traje próprio para ocasiões solenes
2 grande fartura; riqueza, abundância; fausto
3 conjunto de ornamentos ricos, preciosos
Hierático: relativo às coisas sagradas ou religiosas
Derivação: por extensão de sentido.
solene, formal

Palavrar:
neologismo?

A palavra não consta do Houaiss. Porém, no velho e bom Caldas Aulete aparece com os seguintes significados:

pairar, palavrear
o mesmo que apalavrar

Vamos ao sentido do texto...

Palavrear:
1 falar muito e irrefletidamente
2 dirigir a palavra; falar
3 trocar palavras, idéias (com alguém); conversar, palestrar

Apalavrar:
contratar verbalmente; acertar, combinar, pactuar

Mórbido:
1 relativo a ou que revela doença, enfermidade
2 falto de vigor, de energia; frouxo,
Régio:
1 que pertence ou diz respeito ao rei; que emana do rei
2 Derivação: sentido figurado.
que tem suntuosidade; magnífico
Ribeiro: pequeno curso de água; riacho
Transliteração: ato de transliterar
Transliterar: escrever com um sistema de caracteres (algo escrito com outro)
Ex.: sabe t. japonês
Transmudar: tornar(-se) diferente; fazer passar ou passar de um estado ou condição a outro; alterar(-se), transformar(-se)
Toldar: cobrir, fazer uma espécie de toldo ou dossel sobre
Vero: verdadeiro, real, autêntico